quarta-feira, 14 de julho de 2010

Os carnavais de antigamente

Petrúcio Manoel Correia de Cerqueira – bancário (*)

Já que a Copa do Mundo de Futebol acabou, vamos aqui lembrar outra festa, mesmo que não esteja na época dela e todos os brasileiros gostam. Vocês sabiam que antigamente, em União dos Palmares, até escola samba existia, muito antes da Unidos da Ponte? Que antigamente se fazia Corso? Que antigamente as pessoas se mascaravam e saiam pelas ruas em turmas? Que, em vez de trios elétricos, os bailes carnavalescos eram em clubes? Isso era na década de 60, do século passado.
Pois é. Isso é que era Carnaval. Era isso que antigamente em União existia. Sabe em quantos clubes de União tinham bailes? Tínhamos na Rua da Ponte o Bangu; na Rua do Jatobá Maria Bão; na Avenida tinha a Palmarina e na Praça Benon Maia Gomes, que era o local da sede do Zumbi. Quanto aos foliões de antigamente, esses sim. Esses sabiam brincar mesmo. Brincadeiras sadias.
União tinha uma turma que brincava carnaval, que hoje no mínimo, deveria existir uma praça em homenagem a esses quatro homens. Quatro homens de bela grandeza, quatro homens que eram só alegria para o nosso município. Pode até ser que tenham existido outros, mas na minha memória lembro-me desses quatro. Dr. Paulo Sarmento (pai de Silvio Sarmento), Sr. Ivo Caldas (que morava na Avenida, perto dos Correios e Vizinho de Bira Cassaco), Edvar da Lojinha e Tonho Matias, o único remanescente.
O Ivo Caldas era funcionário da Usina Laginha, e nos dias de festas carnavalescas, colocava em cima de um caminhão Chevrolet amarelo, dois tonéis cheio d'água, e saía pelas portas dos comerciantes dando banho em todos que encontrava pela frente.
A Escola de Samba era de Edval Lessa, filho de Sr. Manoel Felix. Tinha mais ou menos uns 70 integrantes, todos de vermelho e bailavam por toda cidade tocando as belas músicas de antigamente (não tinha reboleixo na época). O corso, esse é para os mais ricos. Carro naquela época não era pra qualquer um. Mercury, Sincas Chambort, Aero Wllys, Rurais e Jeep’s faziam os desfiles todos enfeitados e cheios de gente cheirando a “rodoro” (lança perfume da época), e que não era proibida.
Os clubes, esses nem se fala. Era só animação. Era festa pra todo mundo. Pra classe rica, média e pobre. Quem não podia ir à Palmarina, ia pro Zumbi, Bangu, ou Maria Bão. Maria Bão era realizado no Armazém do Seu Durval Vieira, no começo da Rua do Jatobá. Contratava-se um piston, um trombone de vara e um tarol; pronto, estava feito o baile.
Nessa época, meu pai trancava todas as portas de casa, era mesmo que um retiro espiritual, só participávamos de carnaval se fizessem como eu, fugindo pelo quintal, atravessava o Rio Mundaú. Para meu pai, Carnaval era festa do Satanás, não era nem pra ser visto. (* meu irmão mais velho)

3 comentários:

Franco Maciel disse...

Muito bom! Adoro ler os textos do seu irmão. Parece que eu vivia nessa época. Hhauhauhauhaua. Beijão, Olívia!

GESTOR DE NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS disse...

SHOW!!! ERA ASSIM MESMO. ACRESCENTARIA O CACAI (FERNANDO), O MÁRCIO E O DUQUINHA (FILHOS DO ZÉ DOUTOR E DONA GRACIETE, E O FAMOSO AGOSTINHO BOCA DE VÊIA.

Danizinha disse...

Registrou mesmo as folias de Momo das antigas,valeu!

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