quinta-feira, 1 de julho de 2010

A solidariedade não tem preço

Olívia de Cássia – jornalista

Solidariedade humana não tem preço. É uma palavra que nem todo mundo conhece; pode estar escondidinha dentro de cada um e diante de uma tragédia como a da enchente que aconteceu em Pernambuco e Alagoas, último dia 18, ela se faz presente.
Uma verdadeira rede social, de mutirões e de ajuda fraterna se formou para ajudar os desabrigados, que guardadas as devidas proporções, deveria existir um pouco durante o ano todo. Tem muita gente passando dificuldades no País, apesar da diminuição da miséria, segundo os dados do IBGE.
De toda a parte do País e até do exterior temos recebido respostas: seja de governos ou da população. Muita gente encaminhando donativos, como roupas, colchões, alimentos, água potável. O governo Lula também está fazendo a sua parte e já destinou recursos para o que se fizer necessário, digam o que quiserem os nossos oposicionistas.
Prefeituras como a de Guarulhos e outras pessoas de estados distantes do nosso, como Rio de Janeiro, Santa Catarina e Rio Grande do Sul também estão mandando ajuda. Tem gente que está fazendo questão de vir até o local para ver de perto o estrago que a devastação da enchente do Rio Mundaú, Paraíba, afluentes e córregos fizeram.
O significado da solidariedade humana não é possível a gente dimensionar. Nessa hora, eu avalio, temos que deixar de lado as nossas diferenças, nosso modo de pensar de outra forma do nosso próximo, nos despir de qualquer sentimento de raiva ou de rancor de outros e apenas nos disponibilizar para contribuir de alguma forma, tentando minimizar tanto sofrimento.
Não é possível dimensionar o que foi aquilo que aconteceu, no caso da minha terra natal, União dos Palmares. No meio do desespero a gente fica se perguntando o motivo de tudo aquilo ter acontecido. Por que o nosso querido Rio Mundaú se tornou tão furioso e Maria Madalena, nossa santa padroeira, deixou que tudo isso acontecesse?
Mas a voz da razão sabe que o meio ambiente vem sofrendo muitos maus-tratos ao longo de décadas e a cada enchente o estrago é ainda maior. O ser humano vem se preocupando pouco com a natureza, maltratando rios, assoreando, desmatando e poluindo e acha que isso não vai ter retorno.
Em União dos Palmares, cerca de 110 famílias sobrevivem num presídio desativado da Santa Fé, pessoas que foram para lá depois da enchente de 1989 e que hoje vivem de pequenos bicos e de favores da comunidade.
Em junho de 2008 eu fiz uma reportagem que foi publicada na Tribuna Independente mostrando a realidade daquelas pessoas que aguardam uma definição do poder público para suas vidas. A rotina daquele povo não é fácil.
A Rede Globo exibiu no programa Profissão Repórter dessa semana, sobre a enchente devastadora dos dois estados, imagens e histórias de como vivem. Mas apenas um extrato da verdadeira situação que aquele povo passa. Se todos nós tirássemos um pouco do nosso tempo para exercer a cidadania e ser solidários com pessoas que vivem em situação de risco, talvez o nosso mundo fosse melhor.

Um comentário:

Gagacia disse...

Realmente, a solidariedade não tem preço, mas ainda existe aquele que diz: Não tenho nada com isso é problema do GOVERNO. Nos também somos responsaveis, se cada um fizesse um pouquinho como vc mesma disse, poderiamos com certeza amenizar um pouco o sofrimento dessa gente, eu faço a minha parte e gostaria muito que outras pessoas fizessem o mesmo.
Bjussss e parabéns!

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