segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Trabalho infantil

Olívia de Cássia - Jornalista

O trabalho infantil é proibido por lei e é comum em países subdesenvolvidos. No Brasil nas regiões mais pobres este trabalho é bastante comum. A maioria das vezes ocorre devido à necessidade de ajudar financeiramente a família. Muitas destas famílias são geralmente de pessoas pobres que possuem muitos filhos.

Tudo bem, é lei e tem mais é que ser obedecida, mas há muitas polêmicas sobre essa questão. Estudos indicam que, na área urbana, a taxa de participação de menores no trabalho inicialmente decresce com a escolaridade, sendo maior entre aqueles que nunca frequentaram escola do que entre os que têm de um a quatro anos de estudos completos.

Quem criou essa lei acho que teve a boa intenção de proteger o menor, mas a questão é discutível e não fica por aí. Eu avalio que se esse trabalho atrapalha o desenvolvimento da criança, seus estudos e se gera a violência, a decisão é positiva. No entanto, não é o que a gente percebe aqui.

Quando eu era criança ajudava meu pai na mercearia, eu e meus irmãos; isso não nos atrapalhou e não nos deixou menos felizes por isso, tampouco atrapalhou nossos estudos. Tem muitas pessoas que conheço da minha época de criança, principalmente os mais carentes e de menor poder aquisitivo, que trabalhavam para ajudar no sustento de suas famílias e hoje vivem muito bem e têm situação familiar estável.

Acredito que é melhor que a criança e o adolescente tenham uma ocupação do que viver no mundo da droga e da prostituição. Trabalhar também é terapia quando não gera escravidão. Seria bom que eles conseguissem conciliar o estudo com o trabalho.

No meu caso e dos meus irmãos, trabalhar mesmo de carteira assinada, ou fora, meu pai só permitiu a partir dos 18 anos, porque ele e minha mãe não queriam que atrapalhasse nossos estudos, mas não impediam que nós ajudássemos lá na bodega, na Rua da Ponte e em troca nos dava mesada.

Perdoem-me os legisladores que tiveram a boa intenção da causa, mas o que a gente vê por aí não é isso. Tem muita gente reclamando dessa lei, principalmente pais e responsáveis por adolescentes que gostariam de vê-los envolvidos em alguma atividade que os livrasse da ociosidade. Está faltando ainda políticas públicas para isso, infelizmente.

Uma matéria na televisão indica que o Conselho Tutelar registrou casos de trabalho infantil em Marechal Deodoro, li isso no site Gazetaweb. Não vi a reportagem, mas frequento a Praia do Francês e vejo como algo positivo os meninos e meninas se ocupando em alguma atividade, ao invés de estarem no submundo cão.

Claro que o trabalho deles precisa ser diferenciado e fiscalizado para não serem explorados e escravizados. Se for feita uma enquete com a população, a maioria vai ter essa opinião. Não defendo o trabalho infantil para prejudicar as crianças, mas para ocupá-los e dar responsabilidade.

Hoje em dia os pais não podem mais nem dar uma palmada educativa no filho, porque correm o risco de ser acusados de maus-tratos. Na minha época de criança apanhei muito da minha mãe e ficaram algumas marcas, mas hoje agradeço a Deus pela educação que eu e meus irmãos tivemos.

A educação atual deixa muito a desejar, muitos pais são relapsos e deixam a educação dos filhos por conta da escola, esperam que os professores além de ensinar o que lhes é de direito, os ensinem a ser cidadãos do bem, muitas tarefas que são dos próprios pais.

Esses sim, os que se aproveitam dessas questões deveriam ser punidos, muitos irresponsáveis que colocam filhos no mundo sem ter condições de lhes dar boa educação e ensinar o respeito aos mais velhos e ao seu próximo.

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