quinta-feira, 24 de março de 2011

Noite de quarta-feira...

Olívia de Cássia - jornalista

É noite de quarta-feira, 23 de março. O mês já vai indo embora e continuo lutando, diário, não é fácil, mas eu sou persistente nisso. Os problemas são os mesmos de sempre. Começo a escrevinhar esse pequeno desabafo ainda no final da noite desta quarta-feira. Não desisto fácil, muito embora seja tão frágil às vezes diante de situações adversas.

Acordei tarde e enquanto eu não tiver trabalhando de manhã de novo, aproveitarei para dormir mais um pouco. Fui à sessão da Assembleia Legislativa, mas saí assim que o primeiro orador começou a discursar na tribuna da Casa, pois precisava chegarcedo na Tribuna Independente.

Lá no jornal eu tive alguns aborrecimentos, situação desagradável que a gente muitas vezes não pode evitar que aconteçam. Tento relevar a falta de consideração e de solidariedade de alguns colegas de trabalho; os jovens de hoje já não têm esse tipo de sentimento com os colegas mais velhos, consideram isso coisas do passado.

Acho que estou ficando velha, como eles dizem por lá. Às vezes me foge à compreensão, como é que moças e rapazes tão novos, tão instruídos na vida, são tão brutos, preconceituosos com gente mais velha.

Tento relevar e aceitar a situação na brincadeira, não entendo os foras que levo diariamente, muitas vezes eu não entenda muito esse comportamento deles. Os jovens intolerantes não percebem que muitas das vezes as perguntas que eu faço são uma forma de carinho, para entabular uma conversa e não falta de conhecimento de causa.

Tento levar por menos, mas a intolerância da moçada de hoje em dia é muitas vezes incompreensível. O certo é que me magoa muito isso, essa falta de fraternidade, essa tolerância zero, muitas vezes quando a gente está frágil, com problemas diversos.

Não sou uma sabe-tudo, nem enciclopédia ambulante, mas tento atender àqueles que me procuram e que me interrogam para dirimir dúvidas a respeito de alguma situação. Procuro responder sempre com prazer e carinho; nunca me neguei a isso, muito embora não tenha essa obrigação profissional.

Ser procurada para tirar dúvidas não é ruim, pelo contrário. Sinto-me bem até gosto quando sou inquirida sobre assuntos que tenho domínio ou que procuro acompanhar como a política alagoana e outros assuntos que tenho mais conhecimentos. Prova que meu cérebro ainda funciona, graças a Deus; está em plena atividade.

O que eu não gosto é da grosseria, falsidade e falta de solidariedade para com o outro. Se alguém me pergunta sobre um assunto e eu respondo até mais do que o que me foi indagado, é uma prova que estou bem informada e não de arrogância ou de exageros. E é isso que não entendo.

Se eu procuro responder ao que me foi formulado, a obrigação de quem fez a pergunta é agradecer e não devolver o favor com grosserias, desaforos e gritos. Acho que cobrar um pouco de respeito não é rabugice ou velhice: é o mínimo que a gente pode esperar, seguindo as regras da boa educação. Estou magoada e triste com isso.

Na noite anterior eu tive sonhos muito confusos, talvez fossem eles para me indicar que o meu dia teria esses desencontros de outono. São muito difíceis as relações profissionais hoje em dia, principalmente numa profissão como a minha, onde os egos são inflamados.

Espero me acalmar o suficiente para ter um dia de atividades produtivas e que nesta quinta-feira eu possa afirmar que não ficou marcas, nem mágoas desse pequeno desentendimento vivido. Até mais tarde.

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