sexta-feira, 13 de maio de 2011

A semana de trabalhos na ALE

Olívia de Cássia – jornalista

A semana de trabalhos legislativos, que terminou na Assembleia no dia de ontem, foi de muita agitação e adrenalina. Houve derrubada dos vetos do Governo do Estado e no mesmo dia (10) manifestação de servidores, tumulto, confusão e apedrejamento no prédio do segundo Poder da Terra dos Marechais.

Na sessão de terça-feira, os deputados derrubaram dois vetos. O primeiro veto do governador Teotonio Vilela ao Projeto de Lei 643/2010, que estabelece a exigência de diploma para a contratação de jornalistas no Estado. O veto foi derrubado por unanimidade, inclusive com o voto dos deputados que integram a bancada do governo na ALE.

De autoria do deputado Judson Cabral (PT), em parceria com o Sindjornal, o projeto 643 tramitava no Legislativo desde o ano passado, tendo sido aprovado em plenário no final de dezembro, também por unanimidade.

O outro veto derrubado foi o que impedia o aumento nos salários dos deputados. Dessa forma, os parlamentares deixam de ganhar R$ 9,6 mil e passam a R$ 20 mil. Segundo o presidente da Casa, deputado Fernando Toledo (PSDB), o aumento só será aplicado depois que a pendenga jurídica dos servidores da Casa for resolvida.

A votação foi secreta e dos 21 deputados presentes à sessão, apenas o deputado Judson Cabral (PT) não concordou com os novos vencimentos. Os servidores que estavam em mobilização pelas ruas de Maceió rumaram para a Praça D. Pedro II e promoveram um ato com empurrões na porta da ALE, quebra de grades da praça, quebra de vidros da janela do plenário.

Participaram do protesto, servidores das polícias Civil e Militar, do Corpo de Bombeiros e dos agentes penitenciários. Os manifestantes usaram paus e pedras, bombas e outros artefatos, quebraram janelas e danificaram pelo menos cinco carros de funcionários da ALE. A reação dos servidores foi por conta do baixo reajuste de 5,91 por cento, em duas vezes, dado pelo governo.

A indignação dos servidores a gente entende, pois não dá pra sobreviver com baixos salários, o que não dá para entender é a danificação do patrimônio público, provocando o medo nos funcionários da Casa de Tavares Bastos, que todos os dias cumprem com suas obrigações e não têm culpa do aumento concedido.

Indignado com o que chamou de ato antidemocrático, o deputado Antonio Albuquerque (PTdoB) usou a tribuna da Casa, na tarde de quarta-feira, 11, e fez um discurso inflamado, chamou os manifestantes de vândalos e foi contra o discurso do deputado Judson Cabral (PT), que defendeu os servidores, justificando a indignação por melhoria salarial.

Antonio Albuquerque disse que as lideranças do movimento são políticos que não conseguem se eleger e que usam a categoria como ‘massa de manobra’. Disse que não encontrava justificativa para o ato de vandalismo e se recusou a receber os servidores, que compareceram ao prédio da ALE para tentar uma conversa com os deputados, um dia após o tumulto.

Albuquerque defende que os manifestantes devem ser responsabilizados criminalmente pelo ato cometido. Na última sessão da semana, quinta-feira, o deputado Judson voltou a defender os servidores na tribuna da Casa e foi aparteado pelo colega Isanaldo Bulhões Júnior (PDT), que prestou solidariedade aos manifestantes e disse que estão colocando as entidades de classe como vilãs.

Bulhões Júnior disse que é falta de delicadeza tachar os servidores como vagabundos e deliquentes e disse se há algum vilão na história é o governo do Estado, pela forma como vem destratando o funcionalismo. O pedetista observou que as reivindicações são justas e que é inaceitável a conduta da imprensa.

Foi uma semana de muita movimentação nos bastidores da política e os dias que se seguem prometem muito mais.

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