segunda-feira, 4 de julho de 2011

Violência e sociedade


Olívia de Cássia – jornalista


Assaltos a caixas eletrônicos, roubos seguidos de morte, tráfico de drogas e consumo em excesso delas. Além de roubos de celulares, motos, carros e assassinatos desenfreados. Esse é o balanço constante dos fins de semana no Brasil, em quase todos eles. É muita violência.

Em décadas atrás, casos assim eram quase que restritos às grandes cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, mas hoje em dia a gente presencia também com frequência nas cidades do interior no nosso Estado.

A droga pesada se espalhou rapidamente em todo o País e cidades como União dos Palmares, Arapiraca, Palmeira dos Índios, entre outras, já apresentam características, na periferia, das ações do tráfico dos morros do Rio de Janeiro.

Tem bairro da periferia de União dos Palmares que o sujeito só entra se tiver permissão do chefe do tráfico e isso é um absurdo. Eu fico impressionada quando vou à minha terra que fico sabendo dessas informações.

É uma situação impressionante se a gente for comparar com a época da adolescência e juventude, quando eu morava lá. Não tinha nada disso e os jovens e adolescentes circulavam tranquilos e livres de violência pelas ruas do local.

Além do êxodo rural, muita gente da roça e da periferia saí por aí embalada pela sociedade de consumo, que visa unicamente só o lucro, onde o ter se sobrepõe ao ser e quer porque quer conseguir seus objetivos de desejos sem que tenha trabalhado para isso.

E na ânsia de desfrutar das facilidades oferecidas pela tecnologia e ‘modernidade’, jovens crianças se metem em encrencas diversas.

Os valores familiares também foram esquecidos. É muita criança abandonada por aí, sem assistência e educação que só uma família pode oferecer.

O que essas crianças e jovens encontram na rua é a sedução do mundo da droga e do tráfico, onde a ‘facilidade’ de ganhar dinheiro poderá lhes levar à aquisição dos objetos de desejo que esse mundo competitivo e desumano oferece.

E por mais política pública que as instituições governamentais ofereçam às comunidades, se o jovem e a família não tiverem boa vontade, disposição para superar o problema, de nada vai adiantar o empenho do governo, se houver esse empenho.

É preciso que mais policiais estejam nas ruas, não só para reprimir, mas para exercitar ações de cidadania, com o aconselhamento, a orientação e a vigília à comunidade. É preciso que haja um engajamento da sociedade nesse processo também.

Governo, ONGs e sociedade civil precisam se unir nessa questão. Em Alagoas, vários crimes estão acontecendo e muitos ainda estão sem solução. É preciso que seja dada uma resposta à sociedade, para que ela tenha mais confiança na segurança pública.

Muitos crimes rumorosos estão sem punição por aqui e cada tragédia que vai acontecendo, vai fazendo com que as pessoas esqueçam a anterior.

O ser humano tem essa capacidade de ir se acomodando diante das dificuldades e das desgraças. Mas o ruim de tudo isso é quando a gente perde a capacidade de se indignar diante dos absurdos que a gente observa por aí.

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