segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Fim de semana de muita chuva e incômodos

Olívia de Cássia-jornalista

Choveu muito durante o fim de semana. Difícil esse tempo para quem é alérgico. Muitos espirros, tosse e incômodos. Meus gatos querem ficar bem perto de mim, os cães também. Um dilema; só tenho esses dias da semana para fazer um agradinho pra eles.

Pessoas que têm alergia sabem das dificuldades que a gente tem. A jornalista Graça Carvalho criou um blog para falar do assunto, o ‘ Maria Alérgica’. Viver com alergia não é fácil. Tudo incomoda: cheiro forte, mudanças do tempo, ventos, poeira , mofo, ácaro e o ar-condicionado, que é um dos problemas bem grandes, pois em todo canto que chegamos tem eles.

Nem viajei a União, como eu tinha planejado. Não dava para ir resfriada e na crise respiratória para a casa de ninguém. Estava querendo ver umas pautas para fazer matérias para o blog, mas não deu. Fica para outro dia.

O jeito foi ficar por aqui mesmo, para tentar melhorar desses incômodos e ter uma semana de trabalho produtiva. Tomara que o seja. Recebi visita do meu irmão Paulinho, queria tanto poder ficar mais perto dele! Somos uma família dispersa.

Fui deitar, mas não consegui relaxar e adormecer. Desci , liguei a TV da Gil e fui fazer pipoca. Acabou o Fantástico e começou o ‘Exterminador do Futuro 3, a rebelião das máquinas’. O filme é péssimo , ainda não tinha visto.

Mudo de canal e vejo o Cabrini mostrando a situação dos viciados em crack. Mães que têm que acorrentar filhos para que não os percam para as drogas. Volto ao filme, estou sem muita paciência para esse tipo, mas o sono não vem e a respiração fica mais difícil.

Estou com cansaço. Avalio que se tomasse uma inalação melhoraria. Fiquei sufocada. Os gatos não paravam de brincar. Parece nem se importarem com a minha agonia. O chá de alho serviu para que eu expectorasse bastante.

Ligo novamente a TV da Gil, apenas para fazer de conta que tem alguém comigo. Os felinos silenciam. O Thor, o mais meigo e simpático, sobe na mesa e pede carinho. Deita-se na minha frente como que para fazer companhia.

Não sei se conseguirei retomar o sono. A respiração ainda não está normal e a tosse voltou. Será que vou ter uma complicação maior? Levei uma queda no quarto, escorreguei no molhado e tive que trocar a roupa de dormir. Fiquei com a perna um pouco dolorida. Não há de ser nada. Vou ver se o café ainda está quente.

Tenho que morar sozinha mesmo. Problemas de velho, quem iria suportar? Cinco vezes tive que me trocar durante o dia. Agente não é nada mesmo, como dizia minha mãe. As funções fisiológicas em todos são iguais e quando a gente fica vulnerável, por velhice ou doença, é mais igual ainda.

A diferença é que quando se tem poder aquisitivo ou alguém em casa para dar suporte, a gente se sente mais confortável, mas esse não é o meu caso. Não encaro a situação como uma tragédia. Até faço brincadeiras com isso.

Irrito-me com o Thor, que subiu na televisão e dei um grito. Nem lembrei que são mais de duas horas da manhã. Não posso tossir ou assuar o nariz em pé. Agente não controla mais as funções do corpo .

Outro filme começa, já é o terceiro, depois do Fantástico e eu nesse impasse. O terceiro filme é ’O rapto do menino dourado’. Vou deitar no sofá, mas vou deixar a TV ligada. No sábado, por essa hora estava muito frio.

Levanto de novo e vou até a cozinha, seguindo minha pouca intuição. Esquento água com alho e cravo e faço uma respiração vaporizada, para aliviar a agonia. Se continuar assim vou ficar desidratada, apesar de muita água que tomo.

Meu pai deve ter passado por tudo isso, mas não era de reclamar; ficava irritado e às vezes gritava com mamãe. A gente nem pensava que ele tivesse com depressão, não conhecíamos, à época, todos os incômodos da ataxia e os problemas que ela provoca.

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