quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Esse sentimento meu

Olívia de Cássia - jornalista

Esse sentimento que eu trago reprimido no meu peito, volta e meia teima em querer se revelar. Uma revelação que não cheira a novidade, mas que eu tento reprimir para não sofrer tanto assim, quando ele me ronda feito um fantasma que não quer se personalizar.

É a saudade esse sentimento que carrego dentro de mim. Por que ainda penso nesse amor se tenho a convicção de que não há mais chance nem possibilidades para abraçar novamente teu corpo, sentir tua pele e nela saciar a minha fome de você?

Não quero alimentar na minha alma nem um pouco de esperança, já que não há mais chance para nós. Mas eu daria uma parte do melhor de mim se pudesse mudar o passado, se eu pudesse transformar experiências vividas, idade acumulada em um instante que fosse para ter outra chance na vida.

A chance de ser uma mulher feliz e completa, mais segura, uma pessoa mais esperta e não tão condescendente como tenho sido até agora. Nem sempre a felicidade está onde a gente procura.

Às vezes a gente se engana com aquilo que acredita e passa uma vida inteira se enganando e procurando-a no lugar que não está. Onde está a felicidade? A felicidade não está no outro. Não está em lugar que não se pode alcançar.

Não é inatingível a felicidade, mas ela pode estar onde menos a procuramos. A felicidade pode estar dentro de mim se eu souber administrá-la e canalizá-la para outras situações. Desvincular esse sentimento de vez do amor.

Saudade... Será o amor um sacrifício? É possível o sacrifício do amor e por amor? Amor sem sacrifícios é amor? O que será o amor: uma vida de ausências? Quem tem medo de arriscar vive um amor pleno? O que é amor, afinal?

Por que a cabeça da gente fica tão confusa em situações de perigo? Eu estou em perigo, perigo de mim. São tantas as minhas inquietações e indagações que elas não caberiam aqui, não cabem dentro de mim.

Vivo só, sou independente, ninguém comanda meus passos hoje, passos tão desequilibrados. Sempre defendi a minha independência, mas ela, conquistada com muita renúncia, não me tornou uma pessoa plena. Isso é estranho.

Por que será que isso acontece? Sempre defendi, absorvi e passei a minha vida inteira defendendo essa liberdade . Não há nada melhor do que a liberdade da gente, mas para que a gente a alcance, a gente tem que passar por sacrifícios.

Não seria possível conquistar essa liberdade e a felicidade almejada sem que se tenha que renunciar a um bem-querer e a outras situações da vida? A vida às vezes não parece justa. O que é justo na vida?

Minha cabeça dá mil e uma voltas tentando encontrar o caminho certo, tentando fazer as coisas como devem ser feitas, tentando ser uma pessoa melhor, conciliando isso tudo com a felicidade e a harmonia. Mas isso é possível nos dias de hoje? Alguém pode me orientar sobre isso? O que faço?

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