sábado, 3 de setembro de 2011

Insegurança pública

Olívia de Cássia – jornalista

Violência e falta de segurança tem sido um tema recorrente na sociedade alagoana, mas não é um ‘privilégio’ só nosso, bem sei, ela está em toda a parte. Nas sessões de terça a quinta-feira da Assembleia Legislativa do Estado, normalmente é um tema que os parlamentares alagoanos discutem, cobrando ações mais enérgicas por parte do poder constituído.

O mês de setembro já começou com grande destaque nessa área. Policiais militares do 3º BPM, Bope e da Força Nacional participaram de uma megaoperação, em Arapiraca. Ao todo, eles cumpriram 19 mandados de prisão e de busca e apreensão no bairro Manoel Teles, onde foram encontradas drogas, armas e munições em vários pontos distintos. Houve troca de tiros.

Anos atrás, atos de violência desenfreada só aconteciam nas grandes cidades, mas houve uma ‘democratização’ desse estado de coisas e podemos observá-la em número crescente nas pequenas cidades também.

Costuma-se atribuir o ‘fenômeno’ da violência a diversos fatores, tais como: o inchaço e crescimento das cidades, que traz um grande fluxo de pessoas para as áreas urbanas e assim contribui para um crescimento desordenado e desorganizado dessas metrópoles.

Além disso, as fortes aspirações de consumo, em parte frustradas pelas dificuldades de inserção no mercado de trabalho. A violência é uma calamidade social e existe também por conta não somente do crescente uso de drogas pesadas, mas também por conta da corrupção, que é uma das piores chagas da sociedade.

Geralmente as causas da violência são associadas, em parte, a problemas sociais como miséria, fome, desemprego. Mas nem todos os tipos de criminalidade derivam das condições econômicas, isso também está claro.

O poder público, por sua parte, mostra-se ineficaz para contê-la e parece que faltam programas para isso, apesar de tanta verba destinada pelo governo federal para a área nos últimos anos.

Em fevereiro deste ano o governo do Estado garantiu verbas do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci). À época, o benefício foi garantido pelo ministro Eduardo Cardozo em audiência realizada no Ministério da Justiça.

Na audiência, o governador Teotonio Vilela destacou que a parceria rendeu bons frutos no combate ao crime organizado, contribuindo para a redução da violência no Estado.

A sociedade civil organizada e os deputados estaduais que fazem oposição na Casa de Tavares Bastos cobraram quase que diariamente no plenário da ALE mais policiamento nas ruas. Há locais na cidade como o Centro, em que não há um policial sequer, para garantir a segurança dos moradores e pessoas que circulam nas redondezas.

Recentemente, a Associação dos Ferroviários, localizada na Avenida Vieira Perdigão, no Centro de Maceió, foi assaltada quatro vezes. A instituição fica próxima à Santa Casa de Misericórdia. O local está vulnerável a assaltos e roubos, ações que são reclamadas por comerciantes, donos de lanchonetes e moradores da área, que se sentem desprotegidos e sujeitos à ação dos vândalos e bandidos.

E para se protegerem dessa violência urbana, os moradores de várias ruas se valem da colocação de portões e guaritas. Ações que não resolvem a situação, mas que podem inibir de alguma forma o problema, tornando as pessoas mais isoladas a cada dia. É o preço que estamos pagando pelo desenvolvimento e pelo ‘progresso’?

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