quarta-feira, 5 de outubro de 2011

A ALE e seus mistérios

Foto de Olívia de Cássia-arquivo
Olívia de Cássia - Jornalista

A Assembleia Legislativa é uma caixa de surpresa para quem acompanha diariamente os trabalhos na Casa. Mesmo com assuntos pendentes para debater e votar e tendo quorum suficiente de 17 deputados presentes no plenário na tarde desta quarta-feira, 5, a sessão foi encerrada sob alegação da morte do servidor Reginaldo Pugliesi.

Como amanhã é quinta-feira, véspera do fim de semana, pode ser que também não haja sessão. O interessante por aqui é que quando a imprensa critica os deputados pela falta de transparência, por pouco trabalharem e por alguma irregularidade, eles se aborrecem, reclamam de perseguição, ou constrangem jornalistas no plenário da Casa.

O fato é que o Poder Legislativo tem muito o que explicar à sociedade, já que é “a Casa dos Alagoanos” e os parlamentares recebem salários estratosféricos pagos com os impostos que pagamos. Precisam dar satisfação de seus atos para seus eleitores, sem espernearem.

Ontem foi inaugurada a transmissão digital de imagem na TV Assembleia e o presidente Fernando Toledo (PSDB) disse que com esse avanço tecnológico “o parlamento alagoano permite, cada vez mais, a transparência dos seus atos e oferece ao cidadão o direito de acompanhar as decisões tomadas por seus representantes na Casa”.

Na semana passada, a votação dos vetos do governo à Lei de Diretrizes Orçamentárias foi suspensa por solicitação do deputado Olavo Calheiros (PMDB), que alegou a matéria ser importante e precisar da presença do deputado Nelito Gomes de Barros (PSDB), relator da matéria, que tem se ausentado da Casa, desde a semana passada, sob a alegação de problemas de saúde.

Já o deputado Antônio Albuquerque (PTdoB) disse que o atraso na votação estava acontecendo por culpa do presidente da Casa, deputado Fernando Toledo (PSDB). Albuquerque, que é membro da Comissão de Orçamento deixou claro que o atraso na elaboração do parecer da matéria não foi de responsabilidade dos membros da comissão.

Ele disse ainda, que o atraso foi por solicitação da presidência da Casa que estava buscando um entendimento político com o Poder Executivo.

Na sexta-feira passada, 30, o jornalista Odilon Rios publicou em seu blog que os deputados querem gastar no próximo ano R$ 1 milhão para manter uma biblioteca e os anais da Casa. O detalhe, segundo o texto, é que a biblioteca não existe e que já teriam sido gastos com artigos para ela mais de 600 mil esse ano.

Esperava-se que o assunto viesse à baila na sessão de ontem, que algum deputado tocasse no assunto, mas nenhum falou nada, todo mundo calado. É estranho isso. Não quero fazer juízo de valor, mas avalio que a sociedade alagoana precisa de uma explicação.

Ontem, por fonte extaoficial, o blog soube que a Casa está devendo 30 mil reais ao fornecedor de água mineral. Com fama de mal pagadora de seus débitos, comenta-se à boa miúda que trabalhar para a Assembleia é um privilégio, mas receber é um milagre.

Isso quer dizer que os prestadores de serviço que se cuidem. Também ontem não tinha copo descartável para água disponível na copa para quem precisasse. Outro item que sempre falta é papel higiênico nos banheiros.

Numa casa que recebe quase dez milhões de reais de duodécimo e onde os deputados elevaram os seus salários no começo do ano, é de se estranhar que isso tudo aconteça por lá e é preciso que eles expliquem o que está sendo feito com tanto dinheiro que recebem.

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