Olívia de Cássia – jornalista
Não posso ocultar que eu não sinta saudade dos teus beijos. A noite está abafada e apesar do cansaço, o sono teima e não vem. Tomara que o vento e o tempo; a brisa da noite te encontrem bem.
Eu já perdoei todas as armadilhas que você preparou para mim, mas não posso dizer que tenha deixado de doer tudo aquilo que vivi; eu estaria mentindo, mas procuro transformar a dor num sentimento mais suave e não de revolta e sofrimento.
Apesar de tudo, vivemos bons momentos, dias de alegria, apesar das lacunas e dos desencantos. O que quero dizer é que apesar de te amar ainda – e isso eu não tenho como negar – sei que não tenho mais esperança de que tudo se transforme num sonho adolescente e tu voltes para mim.
Nosso tempo já passou, sei que já não é mais possível, mas a nossa história foi interrompida sem uma definição, sem uma acerto final para melhor te dizer. Tu não me mereces, todos dizem, eu sei, tu sabes também.
Dizem que mereço coisa melhor. Um amor maduro, inteligente e capaz de me fazer feliz, mas isso também é conto de fadas e as fadas não existem, a não ser nas doces fantasias da infância, que no meu caso, já se vai muito distante.
E a distância que aumenta a cada dia faz com que a gente entenda que até pode sonhar um pouco de vez em quando, mas sonho com maturidade e discernimento do que presta e do que não presta.
Essa semana me trouxe muitas lembranças, o mês de abril é simbólico para mim. No dia 12 é a data de falecimento do meu querido e saudoso pai, meu velho companheiro, que no dia 16 do mesmo mês faria 90 anos se vivo estivesse.
Já na sexta-feira, dia 20, seria o aniversário de mamãe, três anos mais nova que meu pai. Também Foi no dia 31 de abril que selei o meu primeiro beijo num namoro adolescente que me arrebatou de paixão e me deixou apaixonada por seis longos anos; marcou a minha vida para sempre.
Passados tantos anos de tantos acontecimentos e muita aprendizagem eu posso afirmar que apesar de tudo e por tudo que eu vivi eu estou uma pessoa feliz, viva, mais leve querendo realizar sonhos, viver o que me resta, dar boas gargalhadas das trapalhadas que faço na vida, ter amigos e ser feliz. E por falar...
quinta-feira, 19 de abril de 2012
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