segunda-feira, 16 de abril de 2012

Passeio no Parque leva grupos culturais à Serra da Barriga

Olívia de Cássia – Repórter
(texto e fotos)

No domingo, 15, a representação da Fundação Palmares, em Alagoas, levou grupos culturais à Serra da Barriga, na terceira edição da atividade Passeio no Parque, que teve apresentação do grupo de hip hop Quilombrothers e recebeu uma caravana formada por crianças e adolescentes do Povoado Várzea Grande, na periferia de União dos Palmares.

As atrações culturais que estavam previstas para essa edição no Parque Memorial tiveram dificuldade de se apresentar por um problema causado no som. Mesmo assim, o grupo União Quilombrother se apresentou e tirou aplausos do público.

As crianças da Várzea Grande, coordenadas pela enfermeira Carla Tereza, tiveram uma programação diferente, voltada para o desenvolvimento cultural, conhecendo um pouco da história do líder negro Zumbi.

Além desses grupos a atividade contou com a presença do músico Gustavo Gomes e do compositor Petrúcio Baêtto, autor da música Canto do Colibri, que fala da luta de Zumbi pela libertação de seu povo.

A ialorixá Mãe Neide Oyá d´Oxum, do Grupo União Espírita Santa Bárbara (Guesb), fez uma fala antes de servir o almoço aos presentes e lembrou as dificuldades que todos têm em manter a Serra da Barriga. Mãe Neide é a coordenadora do restaurante Kùuku_Wànna (Banquete Familiar).

O Passeio no Parque é realizado pela representação da Fundação Cultural Palmares no Estado e vem ao longo das edições agradando quem vai prestigiar o evento, que objetiva uma maior aproximação e conhecimento da população, sobre o que foi o Quilombo dos Palmares.

Segundo Genisete Lucena, à frente do escritório da Fundação Palmares em Alagoas, o terceiro Passeio no Parque, foi um evento positivo, pois reuniu um público diferenciado, formado em sua maioria por jovens, que puderam conhecer um pouco mais da história de um lugar que foi o maior símbolo da luta por liberdade no Brasil.

Genisete destaca que essa edição do Passeio no Parque encerra a temporada do projeto, que volta em outubro, por conta do período chuvoso e também as obras de reformas no Parque Memorial, que iniciam em breve.

“Todas as edições da primeira temporada do Passeio no Parque foram muito importantes e serviram para divulgar e disseminar a nossa cultura, o trabalho continua”, disse Genisete.

O estudante Josivaldo Melo, 15, disse que gostou do evento e destacou a iniciativa do projeto. Já as irmãs Jéssica Silva, 11, e Marcilene Silva, 13, disseram que o Parque Memorial é muito bonito e que pretendem voltar ao local. Os jovens destacaram também o almoço, servido no evento, que na opinião deles, estava muito bom.

O grupo de hip-hop União Quilombrother, que existe desde o ano de 2008, se apresentou no espaço Batucajé atraindo inúmeros espectadores. Os integrantes do grupo, formado em sua maioria por estudantes da faixa etária dos 14 aos 30 anos, falaram sobre a dança e dos locais em que se apresentam.

Segundo Jessé Batista, o hip-hop, entrou em sua vida em 2005. Ele assistia apresentações na escola e ficou contagiado com a proposta. Os integrantes do grupo também falaram do preconceito que ainda existe com relação ao hip hop e disseram que escolheram essa modalidade de manifestação cultural porque se identificam com ela.

Jessé reclama da falta de incentivo para a cultura na cidade e disse que se os jovens fossem mais estimulados não haveria tempo para se envolverem com coisas erradas. “O hip hop não é uma cultura só, não tem um estilo de roupa certo, nos vestimos da maneira como nos sentimos melhor”, destaca Jessé.

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