sábado, 12 de maio de 2012

Dia das Mães

Olívia de Cássia - jornalista

Hoje eu quero aproveitar o espaço para fazer uma homenagem a todas as mulheres que são mães e que se dedicam no cuidado com seus filhos. À minha que já está em outro plano e àquelas que são incansáveis na luta diária para dar educação e o melhor de si, sem culpas e sem amarguras.

Este domingo é dia daquele almoço em família, quando a gente tem nossos pais e mães, dia de confraternização. Quando éramos crianças, em União dos Palmares, não tinha grandes festas lá em casa, mamãe e papai não gostavam disso em casa, mas minha mãe preparava uma saborosa galinha caipira e todos sentavam ao redor da mesa, ouvindo as histórias que eles contavam. Era tão bom isso!

Hoje as pessoas já não têm esse hábito e abandonaram muitas das tradições em família, talvez seja por isso que o mundo está tão violento e sem muito afeto. Naquele tempo não tinha tanta violência como agora e as mulheres eram respeitadas em sua maioria, embora o preconceito contra elas fosse acentuado.

Domingo, Dia das Mães, seria um dia de comemorações se não fossem os índices tão alarmantes de mulheres brasileiras que são vítimas de violência diária. Nosso Estado é apontado como um dos que mais se mata mulheres.

Nos dias atuais o índice de violência contra elas têm crescido assustadoramente. Segundo alguns especialistas, apesar da evolução da sociedade, a violência doméstica parte de uma questão cultural, que prega referências desiguais entre mulheres e homens desde os primórdios e isso vai demorar muito a acabar, avalio eu.

Os homens acham muito bom suas mulheres trabalharem e ajudarem no sustento de seus lares, mas alguns ainda querem mantê-las suas escravas. “O homem só vai respeitar a mulher se tiver dentro de si o conhecimento e o amor dela”, dizem os estudiosos. Concordo que é preciso criar a cultura da mulher como um ser igual.

“O combate à violência doméstica não é uma causa da mulher, é muito mais do homem porque é ele quem tem que mudar”, observa o desembargador Ruy Celso Barbosa Florence, da Coordenadoria da Violência contra a Mulher do TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul).

Entristece-me muito a forma como muitas mulheres são tratadas e como passam esses maus-tratos para seus filhos. Como se eles fossem estorvos em suas vidas ou responsáveis pela sua infelicidade. Me revolta porque, além de tudo, essas crianças não pediram para vir ao mundo.

Na quarta-feira, 9, peguei um ônibus do Benedito Bentes para a Serraria, rumo à Tribuna Independente. Uma senhora humilde estava com duas meninas: uma de colo e outra de uns quatro anos, reclamando e xingando muito por estar com as crianças e pelo trabalho que estavam dando.

Pelo o que deu a entender era a avó e pelas reclamações que fazia, a mãe das crianças não era muito cuidadosa e a deixou com as filhas. Deu vontade de dizer alguma coisa, de mostrar para a mulher que aquelas crianças não têm culpa de terem vindo ao mundo fruto de pessoas irresponsáveis, mas eu não gosto de ser invasiva e de me meter na vida dos outros sem ser chamada. Vai que ela ia me dizer uma grosseria também e eu ia sair dali mais constrangida ainda.

Mas fiquei com essa história na cabeça e me veio o pensamento de que a pessoas assim não deveria ter sido concedido a graça de serem mães. Que neste domingo as pessoas esqueçam um pouco do consumismo e do sentido comercial da data e pensem nessa questão. Salve todas as mães palmarinas e alagoanas também.

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