domingo, 3 de junho de 2012

Todos os caminhos

Olívia de Cássia - jornalista

Todos os meus caminhos me levam a tua lembrança, embora faça muito tempo que não te vejo. Tua presença em minha vida é uma constante, na minha mente que elabora tramas românticas de encontros que não acontecerão nunca mais...Chove lá fora.

Meus sonhos contigo, embora a tua presença seja forte, não te tem. É como se você ficasse invisível fisicamente, mas eu sei que estás ali, em cada canto, em cada cena, em cada instante mais querido.

Todos os meus caminhos me levam a tua lembrança e por mais que eu queira tirar você do meu pensamento, a lembrança que eu tenho de ti é forte, persistente, densa. O coração fala mais alto me levando a situações que vivemos na nossa história de quase vinte anos.

E por mais que eu perceba e me lembre das armadilhas e mentiras que você preparou para mim, é como se minha mente abstraísse esse lado obscuro teu e me desse a lembrança de uma pessoa que eu pensava que conhecia, que me deu apoio, que se fez presente em vários momentos de solidão e de dificuldades da minha vida.

Quando você se aproximou de mim eu estava dividida, fragilizada e magoada e você foi chegando, ficando, me apoiando, me conquistando e vivemos uma linda história, até que descobri que aquela não era uma vida só minha e que tinha outras atrizes dividindo você nesse drama, nessa comédia trágica...

Em vários momentos de minha vida eu pensei que não fosse suportar a ideia de te perder, mas o mundo dá muitas voltas e hoje estou inteira. Inteira e viva, mas a lembrança de você ainda é muito forte e presente, isso eu não posso negar.

Saber que vives enfermo me dá vontade de te procurar, mas nem isso eu posso fazer. Tu te afastas de mim com o passar do tempo, cada dia mais. É como se eu nunca tivesse feito parte da tua história, como se eu não tivesse participação na tua vida.

E me entristeço querendo saber notícias tuas, mas me envergonho de perguntar por você a quem de direito, porque me expulsastes da tua vida como algo que fosse feito para ser esquecido.

E me pergunto e me indago: em que parte da nossa história eu te perdi¿ Em que parte da nossa vida eu comecei a te perder para tantas aventuras? Não há um só instante da vida em que eu não faça essa indagação.

Nesses instantes em que tudo acontece na minha mente, eu não posso conter as lágrimas que caem copiosamente do meu rosto. Será que isso nunca vai acabar? É noite, chove lá fora...

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