domingo, 22 de julho de 2012

Um chamamento à paz

Olívia de Cássia – jornalista

O ser humano é um bicho esquisito e contraditório. Busca a paz fazendo guerras, desde o começo do mundo, quando poderia conviver pacificamente com seus semelhantes. Eu até entendo que algumas situações históricas do começo da humanidade levaram a algumas guerras, mas nos dias de hoje não entendo o porquê de se gastar tanto tempo ainda com guerras, quando o que a gente busca é a paz.

O ser humano ainda pensa que a força bruta e a violência são o que determina o nível de superioridade entre os seres. Esquecem que quanto mais inteligente e bondoso for o ser, mais superior ele é. Desde que o mundo é mundo, como dizia a minha mãe, a humanidade se embrenha em contendas, seja por um pedaço de terra, por questões religiosas, políticas ou para ter poder, impor supremacia ou salvaguardar interesses materiais ou ideológicos.

Para alguns cientistas, a guerra faz parte da natureza humana. Segundo o psicólogo evolucionista Mark Van Vugt, da Universidade de Kent, "a guerra tem estado conosco por pelo menos várias dezenas, talvez centenas de milhares de anos” e teriam atingido até mesmo o ancestral comum entre humanos e chimpanzés.

Em artigo publicado na BB.com, os pesquisadores observam que fósseis de humanos primitivos possuem sinais de ferimentos que poderiam ter sido causados em batalhas. E, nos dias de hoje, estudos sugerem que as guerras são responsáveis por 10% de todas as mortes entre homens.

Já o jornalista científico John Horgan, do Centro de Escritos Científicos do Instituto de Tecnologia Stevens, em Hoboken, Nova York, discorda desse pensamento e diz que a guerra não faz parte da condição natural do homem. Ele observa que a civilização promove modos menos violentos de efetuar mudanças.

Horgan destaca que de todas as formas de violência humana, a guerra é a mais profundamente destrutiva. Mas segundo ele, em pesquisas que realizou, a maioria das pessoas atualmente aceita a guerra e o militarismo como inevitáveis.

“Quando perguntados se os homens deixarão de travar guerras?, mais de 90% dos alunos da minha universidade responderam “não”. Instados a justificar essa opinião, muitos alunos responderam que a guerra está “em nossos genes”.

Segundo o estudioso, a civilização nos deu instituições legais que resolvem disputas ao estabelecer leis e acordos de negociação e fazer com que sejam cumpridos. Essas instituições, que variam de tribunais locais às Nações Unidas, reduziram consideravelmente o risco de violência dentro das nações e entre elas.

O antropólogo Melvin Konner da Universidade Emory propõe a educação feminina como outro fator fundamental para a redução dos conflitos. Muitos estudos, observa ele, demonstraram que um aumento da educação das mulheres leva à diminuição das taxas de natalidade.

O resultado é uma população estabilizada, que reduz a demanda por serviços governamentais e médicos e o esgotamento de recursos naturais e, com isso, a probabilidade de distúrbios sociais. Segundo Melvin Konner, a educação das meninas é, de longe, o melhor investimento que se pode fazer em um país em desenvolvimento.

Mas seja lá a explicação que se dê a isso, o certo é que a gente poderia plantar em nossos corações gotas de paz, todos os dias, em nossa família e no nosso convívio com nossos semelhantes, lembrando que ninguém é obrigado a pensar da mesma forma que nós e para isso existe o respeito às opiniões contrárias.

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