quinta-feira, 16 de agosto de 2012

A gente não para de aprender

Olívia de Cássia - jornalista

A vida é um aprendizado constante. A gente não para de aprender e quanto mais decepções a gente tem, mais lições dessas experiências podemos tirar. É um jogo que leva vantagem quem tem mais cartucho na agulha para suportar os trancos que surgem pela frente.

É sabido que nem todo mundo é capaz de maturar o significado que as situações proporcionam na vida. Às vezes não queremos ser indelicados, não queremos nos indispor com o outro para não gerar situações vexatórias; aí deixamos de mostrar nossa opinião e perdemos a oportunidade de crescer.

Já passei por isso várias vezes. Tenho esse defeito e não há jeito de reparar essa falha minha. A vida vive me ensinando, mas eu não aprendo. Sempre Fico com receio de magoar os outros e me mutilo interiormente, porque depois que passa a ocasião eu me ponho a refletir que deveria ter agido diferente.

É por isso que não devemos deixar passar as oportunidades que a vida nos dá. Ela está sempre nos mostrando o caminho, seja por meio de parábolas ou de realidades concretas que às vezes a gente não quer ver ou finge que não entende.

Não devemos deixar de viver por causa das restrições e por causa da opinião dos outros, dos preconceitos sociais. Já passei por isso várias vezes; na minha adolescência inteira e juventude vivi brigando com minha mãe por conta dos preconceitos que ela nutria dentro de si e não eram poucos.

Eram tão fortes esses sentimentos dela que chegavam a doer na alma da gente. Minha mãe tinha um caráter forte, dominador, queria mandar em tudo e impedir que a gente sofresse. Mas na vida só aprendemos com o sofrimento e isso ela não queria para os filhos.

Era como se quisesse assumir o comando de nossas vidas e eu me colocava contra essa postura dela, por isso nossos desentendimentos, que foram muitos e hoje eu penso que poderíamos ter sido mais amigas, mais flexíveis: tanto eu quanto ela.

Muita coisa na minha vida eu deixei de viver por conta do medo que eu sentia, de passar por situações vexatórias, aquelas que a minha mãe tentava mostrar todos os dias, mas terminava vivendo isso com mais sofrimento ainda.

O medo nos aprisiona e hoje eu sei que vivi muito pouco, apesar da idade. Vivi a maior parte da minha vida com medo, medo do que os outros pudessem achar de mim. Às vezes avalio que me libertei disso, outras me ponho a pensar que ainda falta muito para essa liberdade sonhada.

Ainda não aprendi a resolver todos os meus problemas, e apesar da maturidade, às vezes me pego feito uma adolescente, carente e insegura. Não nego meus sentimentos, também tenho esse defeito.

Não sei esconder o que se passa comigo e muita gente não entende isso, me interpretam segundo os seus conceitos e preconceitos; para mim isso não mais importa, o que importa é que quero ser feliz.

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