terça-feira, 25 de setembro de 2012

Fendas


Olívia de Cássia - jornalista 

No silêncio da noite, apenas com o barulhinho do motor da geladeira velha de casa e o cantar do galo da Estação Ferroviária, eu vou rememorando cenas, passagens da vida, situações mal resolvidas, amores que não deram certo.

Os gatos fazem a festa brincando pela casa toda e eu continuo insone, como acontece todas as  noites, procurando me envolver com o melhor de mim, com  pensamentos mais positivos que alegram o dia-a-dia.

O tempo passa e agente vai acumulando fendas em nossa alma; feridas que não cicatrizam e que às vezes doem e fazem mal para saúde da gente. Eu não quero mais alimentar isso dentro de mim. Não posso viver com esse tipo de sentimento ainda. Não dá mais.

Preciso cicatrizar as feridas, aliviar as dores da alma e tentar ser feliz. Tenho que exorcizar passagens negativas e deixar fluir dentro de mim apenas o que for positivo e construtivo, eu sei.  

Meu coração pulsa mais forte agora, estou em estado de alerta, ansiosa e confusa, mas não posso me deixar levar pelos apelos do meu corpo carente, já cansado e moído de tanta luta. Tenho medo de arriscar qualquer coisa.

Não tenho mais tempo, minha passagem por aqui é curta e não quero fazer muitos planos para daqui a alguns anos. Quero viver o agora, nada mais. A saúde é frágil, a vida é breve e não sei e nem sabemos o quê virá no amanhã.

Eu só desejo um mundo de paz, harmonia e dias alegres. Uma vida leve, sem traumas. Preciso me libertar de algumas amarras que ainda  me prendem ao passado; quero ser feliz seja de que jeito for. Vida que segue em frente. Boa noite.

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