domingo, 30 de setembro de 2012

A violência contra as mulheres e o que gera a crueldade e o desafeto...

Olívia de Cássia – jornalista

O fim de semana já começa com notícias de assassinatos cruéis contra a mulher no Estado. De um lado um ex-marido, em São Miguel dos Campos, que matou a ex  com requintes de crueldade e ainda a mutilou; do outro, jovens desaparecidas, assassinadas, cujos suspeitos são companheiros, maridos ou ex-namorados.

A polícia ainda não achou o corpo da jovem Bárbara, desaparecida há duas semanas e segundo um amigo de seu assassino, foi morta porque não quis manter relações sexuais com o tarado, e teria sido morta por esse motivo, depois que foi vista saindo de uma boate, em Maceió.

Apesar de ter sido criada uma legislação rigorosa como  a Lei Maria da Penha, bem como instrumentos necessários para fazê-la ser cumprida, a violência contra a mulher, apesar de não ter significativamente aumentado, conforme demonstram dados da nova edição do Mapa da Violência, de modo nenhum diminuiu.

Em Alagoas a violência ainda é assustadora, apesar da diminuição do número de casos, segundo o que foi divulgado na imprensa, mas no que diz respeito às mulheres ela também não  diminuiu, mas  não é de hoje que isso acontece.

Por que se matam tantas mulheres no País? Os motivos são os mais banais.  Na maioria das vezes são homens inconformados com o fim dos relacionamentos. Outras se envolvem com companheiros enrolados com dívidas do tráfico de drogas e terminam pagando por uma culpa que não tiveram.

Toda semana o noticiário tem informações de assassinatos e maus-tratos contra mulheres. Assassinatos brutais e espancamentos. É necessário que se dê um basta a isso. Alguma coisa está errada e precisa ser avaliada, para que sejam tomadas algumas providências.

Eu ainda acho que isso acontece com frequência pela falta de educação, de políticas públicas na área social, de investimentos em esporte, lazer e  cultura nas comunidades, mas também o ser  humano está embrutecido pela violência, crueldade,  desafeto e pela falta de amor no coração.  

Também houve uma  inversão dos valores  na sociedade e a falta da família constituída devem, sim,  serem observados como reais motivos. Não sou especialista no assunto, mas pelo pouco que presencio e os anos calejados já dão para ter uma ideia do problema.

O que a gente vê hoje em dia, sem querer ser moralista, são meninas que engravidam na infância ainda, não brincam mais de boneca e logo quando se iniciam nos namoros já se têm relações sexuais, sem ter a certeza de sentimento algum.

A sociedade de consumo, a sexualização midiática da sociedade também têm contribuído para que as crianças se tornem adultas muito cedo. Nesse contexto avalio que houve uma morte prematura da infância. As crianças hoje em dia mal aprendem a falar e já estão imitando personagens televisivas.

Eu avalio que é aí onde entraria o papel da família, na orientação e na educação. Apesar de as crianças hoje já terem contato muito cedo com internet e todas as formas novas de tecnologias, cabe aos pais manterem uma orientação adequada para que não se envolvam tão cedo com a vida de adultos.

Não sei se estou sendo muito conservadora na minha avaliação, mas entendo que, além do papel do governo em desenvolver as chamadas políticas públicas para a diminuição da violência, como investimento em educação,  cultura e área de lazer nas comunidade, é papel da família dar o aprendizado do que sejam os valores que formam o cidadão consciente de seus direitos e deveres. Boa madrugada para todos e um bom domingo.

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