domingo, 11 de novembro de 2012

Quem tem medo da solidão?


Olívia de Cássia - jornalista


Ficar sozinha, sem ter ninguém por perto, às vezes tem a sua vantagem: pelo menos a gente não precisa fingir para ninguém que está tudo bem, tudo certo. Se me dá vontade de chorar, eu choro mesmo.

Gosto de ficar sozinha, pensando, meditando, escrevendo, sem ninguém por perto. É bom ficar um pouco sozinho para refletir e pensar sem ninguém para atrapalhar, mas tem horas que a solidão cansa e a gente precisa de um colo, de um ombro amigo e de uma palavra de conforto.

Eu não tenho medo da solidão, nunca tive problema para dormir sozinha ou ficar em casa sem companhia; sempre procurei ocupar meus espaços com leituras e tarefas positivas. Até por que às vezes a gente está na companhia de outro e mesmo assim está sozinha.

Já me aconteceu isso de me sentir sozinha e abandonada, mesmo na companhia do parceiro. E não tem solidão pior no mundo do que essa. Você se sente a pior pessoa do mundo porque sabe que aquela pessoa espiritualmente não está ali com você.

“A solidão é um estado psíquico que independe da companhia ao seu redor. Porém alcançar este estado de plenitude é algo que não ocorre com muita frequência na maioria das pessoas”, diz o psiquiatra Luiz  Cuschnir.

Segundo Cuschnir, o sentimento de solidão que causa tanto medo nas pessoas é justamente aquele que as leva ao encontro de si mesmas, aos pensamentos e conflitos mais primordiais e profundos do ser humano, e que por isso o acompanha desde sempre.

“A solidão é a angústia que o impulsiona para as relações, para as invenções e até para a religião, numa busca de preencher o vazio interno inerente a quem não se reconhece como parte integrante de um todo”, observa o psiquiatra.

“Cuschnir observa que quando as pessoas se permitem estar só, se permitem também sentir os seus conflitos internos”, pensarem em suas vidas, reconhecerem o mistério que é viver e aprenderem sobre si mesmas”.

Não há nada melhor do que o aprendizado sobre nós mesmos; conhecendo-nos profundamente a gente pode entender os outros e não fazer julgamentos precipitados  a respeito de pessoas que às vezes nem conhecemos direito e na primeira impressão já vamos fazendo juízo de valor.

A solidão muitas vezes devora a nossa alma se não colocamos aquele tempo a nosso favor. Nesse longo tempo de solteirice e solidão tenho aprendido muito com a vida.

Hoje foi um assim, daqueles que passa e no final, ao anoitecer você faz um balanço e vê que não produziu muito e que poderia ter feito muito mais em benefício de você mesmo. Uma boa semana para todos e fiquem com Deus!

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