segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Até onde vai?



Olívia de Cássia - jornalista

Diante dessa tragédia que aconteceu em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, a gente se põe a refletir o quanto somos frágeis diante da vida. Nada mais importante do que a nossa paz interior, a mente serena e o aproveitar a vida de forma responsável, porque a gente nunca sabe o que virá a seguir.

Vi comentários maldosos, sem nexo, desprovidos de conteúdo nas redes sociais a respeito do  fato acontecido, como se a desgraça alheia fosse um show.  Desisti de entrar nessas polêmicas e ficar discutindo com gente que não tem nada na cabeça.

Vivemos num mundo onde a tecnologia em todas as áreas é imprescindível e devemos ter sabedoria para utilizá-la. No caso de quem trabalha com comunicação, as redes sociais são ferramentas imprescindíveis no nosso dia-a-dia e quem ignora isso vai perder o bonde da história.

Ainda existe resistência e falta de entendimento da importância disso, por incrível que pareça no nosso meio, entre jornalistas que se recusam a se reciclar.

A gente não sabe até onde vai nossa capacidade de compreensão, de abstração diante de alguns fatos que acontecem a nossa volta: incompreensão, atitudes revanchistas, maldade, falta de traquejo no trato com as pessoas, entre outras iniciativas.

Tenho vivido esse incômodo constantemente. Há atitudes de pessoas do nosso convívio que embotam nossa capacidade de raciocínio: é como se tivessem nos chamando de burra, idiota ou tola, mas isso existe em todas as áreas a gente tem que reconhecer as deficiências alheias.

À primeira vista, sem uma análise mais acurada da questão, a gente se sente diminuída no nosso trabalho, desprestigiado e sem valorização pessoal nenhuma, quando nos é tirada uma ferramenta de trabalho primordial para os dias de hoje.  

As tecnologias surgiram no mundo para proporcionar facilidades, abrir caminhos e para nós, jornalistas, hoje, nos é indispensável, principalmente para quem lida com comunicação política, assessoria e áreas afins.

Com salários irrisórios a maioria dos profissionais da imprensa ‘mata um leão por dia’, para sobreviver nessa selva diária do mercado de trabalho e tem que procurar dois ou mais empregos para poder garantir o sustento e a sobrevivência sua e da família; todos sabem disso.

Conforto é um item que poucos na área conseguem. Temos que dar duro em qualquer departamento no Jornalismo e mesmo assim, quando convém para alguns coleguinhas, eles não compreendem o outro.  Isso cheira a reacionarismo e não consigo me conter diante da minha indignação.

Poderíamos dizer que estamos todos no mesmo barco, mas isso não é verdade. Alguns têm os privilégios, mas são poucos.  O sonho que a gente tem quando entra na faculdade de ser um profissional bem-sucedido nem sempre se realiza e isso frustra as nossas expectativas.

Não basta a gente amar a profissão que abarcou: precisamos de valorização profissional e reconhecimento dos nossos valores. A gente rala muito para chegar até a formação, muitas vezes tudo isso é aniquilado quando a gente se depara com pessoas que não valorizam o nosso passe, para usar uma linguagem do futebol.  

A gente percebe as fraquezas, mesquinharias, falta de caráter de alguns, que nem respeitam as condições do outro diante de algumas questões. Até onde vai isso?

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