terça-feira, 19 de março de 2013

A juventude me faz falta....


Olívia de Cássia - jornalista

A juventude me faz falta no que ela tem de mais bonito e mais puro: essa constatação eu tenho todo dia, quando me vejo limitada em meu corpo, naquilo que vejo no espelho e no que eu gostaria ainda de viver por inteiro.

É como se eu sentisse falta do que eu não vivi emocionalmente naquela época ou tivesse a  necessidade de fazer um reparo no que foi vivido e não assimilado em sua essência, se é que alguém me entende, pois nem eu consigo mensurar isso.  

Ponho-me reflexiva e penso que um dia a gente conhece alguém, se envolve e imagina que já é letrado no caráter daquela pessoa. Mas às vezes – e na maioria delas - a gente se engana por inteiro e não sabe de nada em seu íntimo: sempre acabamos nos surpreendendo.

Cada dia eu me convenço mais disso. O ser humano é confuso às vezes ou a gente é quem procura complicar os relacionamentos. Aprendi, teoricamente, que não devemos esperar muito do outro, da mesma forma que não devemos gerar expectativas sobre nós para ninguém.

Mas quando a gente se envolve com a outra pessoa é muito difícil aplicar todas as teorias num relacionamento. Eu sou o ser menos indicado para falar nisso e disso. Além de não ter muita experiência nessa seara, pois as poucas que eu tive foram desastrosas e insensatas.

Eu me atrapalho e não tenho domínio sobre mim, não sei agir racionalmente e acabo me envolvendo por inteira em determinada situação. Minha alma frágil e carente de afeto se envolve por inteira; dedico-me completamente à emoção; eu não sei ser pela metade, embora o meu trabalho sempre esteja em primeiro lugar.

Como diria o filósofo, ‘são razões que a própria razão não entende ou desconhece’. Não sei racionalizar isso em mim e é tudo muito confuso ainda, mas eu não tenho que tentar entender mais isso, já que eu coloquei um ponto final às minhas emoções pessoais nesse sentido, mas de repente me deu vontade de escrever a respeito do tema.

Vez ou outra me pego agindo feito adolescente, tendo aquelas expectativas da juventude, pensamentos soltos, talvez pela minha própria inexperiência ‘no ramo’. E é por isso que sofro quando o mundo desaba e vem aquela decepção inevitável, total e leva um tempo danado para que eu me refaça dos traumas interiores.

Nessas horas eu me sinto impotente e vulnerável e me vejo em perigo, até que a voz da razão me sacode e me diz para eu reagir e fazer valer meus instintos de mulher resistente, madura e repensar minhas escolhas. Mas a juventude faz falta....

Um comentário:

Mel Vilar disse...

Minha querida e doce amiga... Seus textos me encantam e me tocam em alma e coração. Esse particularmente me identifiquei pro inteira, em cada palavra e seu sentido... Nos presentei diariamente com suas belas palavras e pensamentos. Bjo com carinho da amiga e admiradora do seu trabalho e sua essência. Mel

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