quarta-feira, 3 de julho de 2013

De quem é a culpa?

Foto: João Paulo Farias


Olívia de Cássia – jornalista

Está mais do que comprovado o despreparo das cidades para suportar as chuvas em época de inverno no Brasil e no Estado de Alagoas  muito menos. Bastou começar a chover intensamente desde a madrugada desta quarta-feira (3), que os transtornos começaram.

Até a Universidade Federal de Alagoas (Ufal), localizada na Avenida Lourival Melo Mota, Cidade Universitária, Tabuleiro do Martins foi atingida. Segundo matéria do Correio de Alagoas, o bloco do curso de Comunicação Social (COS), a Faculdade de Arquitetura (FAU) e o Centro de Tecnologia (CTEC) foram atingidos.

Mas além da parte alta de Maceió, a região do litoral e a parte baixa também ficaram intransitáveis, levando a Defesa Civil a se colocar em estado de alerta. Na manhã desta quarta-feira, 3,  faltou energia durante toda a manhã, no centro e em outros bairros da capital e também à tarde a energia oscilou feito árvore de Natal.

Ruas foram alagadas, barreiras caíram, aconteceram desabamentos e houve vários pontos de preocupação para o Corpo de Bombeiros e as autoridades da Defesa Civil alagoana. Em União dos Palmares, bastou chover mais de 24 horas e as águas da chuva trouxeram sérios transtornos.

As águas do Riacho Canabrava, que passa próximo aos bairros Roberto Correia de Araújo e  Newton Pereira, construído para abrigar os flagelados da enchente de 2010, transbordaram e com isso invadiram as ruas.

Dezenas de famílias foram retiradas das áreas de risco e levadas para o ginásio de esportes da cidade. A prefeitura de União, por meio da Defesa Civil, montou várias equipes para auxiliar na retirada das famílias.

No Newton Pereira, segundo informações, a água chegou a meio metro em várias casas. Já no Roberto Correia de Araújo, próximo à ‘Ponte do Mata Quatro’, várias casas caíram devido à força das águas do Canabrava.

Como disse meu conterrâneo Emídio Moraes em seu Facebook, entra ano e sai ano e é a mesma coisa. “Os acontecimentos se repetem. Os locais das tragédias recebem presidentes, ministros, governadores e afins, em voos de helicóptero, para apreciar as tragédias, liberar verbas e fazer promessas”.

O governo federal liberou milhões para a reconstrução das enchentes de 2010, ainda hoje tem gente morando em barracas e agora, conjunto como o Newton Pereira, em União dos Palmares, foi invadido pelas águas.

Quem sofre é sempre gente sem recursos, na maioria das vezes quando isso acontece. No caso do bairro Roberto Correia, em União, falo da imprudência de muita gente que ergueu construções no curso do Riacho Canabrava, que fica quase seco no verão, mas no inverno transborda e reivindica seu espaço de volta. Vamos culpar quem? Aqueles que constroem e os que permitem as construções.

No caso do Conjunto Newton Pereira, que foi erguido para abrigar os flagelados da enchente de 2010, do Rio Mundaú, está clara a falta de compromisso da construtora e também a ausência de fiscalização em obras públicas. É preciso mais seriedade com a coisa pública.  

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