quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Das nossas vontades e ideais

Olívia de Cássia – jornalista

Os sonhos, as vontades e nossos quereres são metas e ideais que a gente persegue durante nossa vida inteira. Às vezes são apenas ilações para fugir de uma vida monótona, do vazio, da solidão, mas que valem a pena para preencher a nossa mente e não deixá-la sucumbir.

Li um texto de Antônio Jorge Rettenmaier, em artigo no site Debates Culturais, em que ele observa que na força de nossas vontades está sempre a retomada da viagem da vida. “Nela é que podemos encontrar, e só nela, a melhor força para retomarmos os caminhos quase interrompidos”, pontua.

Hoje eu sou mais confiante,  dei um salto de qualidade na minha forma de encarar os problemas e adversidades e acredito que quando temos essa força de vontade para o bem, a vida flui com mais intensidade, melhor e mais suave.

Eu sempre fui, durante toda a minha vida,  uma pessoa sonhadora, muito menos hoje do que já fui ontem, mas ainda cheia de expectativas, de querer o melhor para mim, de gostar de boa música, de leituras, de escrever e de sonhar com o melhor: e o melhor para mim sempre foram muitas amizades, exercer minha profissão de forma digna, ter diversão e arte.

O melhor que eu sonho não é riqueza, bens materiais em excesso, mas conforto, bem-estar e vida salutar, de forma que eu possa continuar desfrutando a minha liberdade de ir e vir. Eu sei  também que para tudo o que a gente sonha e quer tem uma contrapartida na vida.

Esses meus quereres podem parecer  assuntos muito simplórios para alguns, mas para mim é o que há de melhor. Eu sei que todos os nossos ideais, sonhos e vontades  têm também uma consequência para a nossa vida; que poderá ser um resultado positivo, ou adverso, dependendo daquilo que almejamos para nós e para a nossa felicidade.

Essas digressões começam a surgir na minha mente quando num intervalo de pauta, numa parada para reflexão de ideias. Às vezes a gente passa a vida inteira sonhando com uma situação, mediante uma vontade e lá mais na frente percebemos que aquilo já não tem tanta importância da mesma forma que tinha antes, quando éramos mais jovens.

E aí, nesses momentos, a gente passa a entender os mistérios que a vida nos oferece. Cada fase da nossa existência tem uma razão, uma importância, valores diferenciados; mas muita coisa da minha juventude eu ainda carrego comigo.

Eu entendo que temos  que ter objetivos claros e concretos, possíveis de serem realizados naquilo que queremos: objetivos esses que sejam uma forma de construir uma ideia, um sonho palpável, um bem-estar. É nessa  filosofia que eu acredito e vou tentando concretizar, mesmo que às vezes pareça uma utopia.

O filósofo e analista Flávio Souza destaca no texto Transformando sonhos em realidade, que sonhos ou ideais são somente abstrações, vontades vazias de ações e devaneios de nosso mundo interior. “Querer” é ansiar, pretender, ter vontade: “Intenções que muitas vezes ficam pairando na nossa mente sem uma ação concreta”, diz ele.

“Querer sem fazer, sem ação não significa nada, pois é estar em terra de ninguém, sem direção para seguir, sem resultados para alcançar. Podemos transformar nossos quereres em realidades, nossos sonhos em metas; podemos dar sentido a estas abstrações transformando o intangível em objetivo”, conceitua Flávio Souza.

Para esses dois  autores, está claro que criar um objetivo definido, transparente, de forma  plena é o primeiro passo para atingi-lo. “Mas, isso não basta, pois o objetivo é um processo para um determinado fim e não um fim que termina em si mesmo”, avalia Flávio Souza.

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