sábado, 1 de março de 2014

Brincar o carnaval nos principais centros do país pode sair caro

 Olívia de Cássia – Repórter
 Brincar o carnaval fora do Estado pode custar muito caro. Em tempo de folia e curiosa para saber os gastos de quem vai brincar nos principais centros da folia, como Olinda e Salvador, a reportagem da Tribuna Independente foi entrevistar alguns alagoanos que costumam passar o carnaval nessas cidades ou que organizem essas excursões.   
Rose Mendonça, vocalista do grupo dona Mariquinha e integrante do grupo Baque Alagoano, conta que há mais de dez anos viaja com um grupo nessa época para brincar o carnaval em Olinda e observa que o gasto na folia depende de que forma a pessoa quer ou pode ficar acomodada.
Este ano ela explica que vai se apresentar com o grupo Baque Alagoano e ficará hospedada numa  posada fora do centro histórico; na beira-mar de Olinda, com diária a R$ 200, tipo albergue. “É por isso que é mais barato, porque não é no centro histórico”, explica.
Ela destaca que os custos da viagem e  estadia dependem de várias situações. “Tem lugar que a diária é de 700 a mil reais e ainda se gasta com comida: se for num casarão no centro histórico de Olinda, geralmente contrata-se uma empregada para fazer a limpeza da casa e a comida, além de um segurança; a feira, mais o transporte”, destaca.
Rose Mendonça conta que já foi a Olinda em situações diversas: “Já fiquei em hotel quatro estrelas, pagando caro; “já fiquei numa casa no centro histórico, pagando razoável; já dormi dentro de um carro em um posto de gasolina, porque não tinha grana para pagar; também fiquei na casa de parentes de amigos; em casa de amigos de parentes, entre outras situações”, pontua.
SEM ALIMENTAÇÃO
Iris Danielle Tenório e o marido André vão para Olinda num grupo de 20 pessoas (faixa etária de 20 a trinta e poucos anos). Ela conta que alugaram uma casa no centro histórico da cidade, com diária no valor de R$ 330. “Sem direito a alimentação, nem empregada, nada. Todo mundo se vira, cada um faz alguma tarefa”, explica.  
Ela explica que come na rua, em padarias ou outros locais, “mas quem quer comer na casa compra os alimentos no mercadinho e prepara, não contratamos empregada ou segurança e ano passado faltou água na maioria das casas e a gente teve que se virar  para o banho”, explica.
Iris Danielle conta que quando falta de água, os visitantes utilizam os serviços disponibilizados pelos moradores do lugar.  “Já tem morador que, pensando nisso, coloca  cartaz feito de cartolina na porta. O banho custa R$ 2 e o xixi R$ 1”, explica.
Outra alternativa, segundo Iris, são os proprietários de retífica e oficinas ou outras lojas que não funcionam durante o carnaval. “Esses proprietários incrementam os banheiros para ser utilizados comercialmente nessa época; eles sabem ganhar dinheiro, comercializam tudo e a gente já deixa um trocado separado para essas emergências”, destaca a foliã.
Para quem deseja conforto, ficar em hotel é a alternativa
Para quem vai brincar o carnaval nesses locais, tem condição financeira e quer um pouco mais de conforto, o empresário Raphael Ferreira Carnaúba é proprietário de uma agência de turismo em Maceió e vai levar dois ônibus com 40 pessoas para ficarem hospedados em um hotel em Recife, indo diariamente para Olinda.
Segundo Raphael Ferreira, nesse caso, o pacote para cada pessoa custa R$ 1.122 (as quatro diárias), com direito ao café da manhã e ao translado todos os dias para a folia, sendo que no primeiro dia o café será servido no próprio ônibus e à noite um passeio no Recife antigo, com direito a um guia no ônibus.
Ele explica que não leva grupos para casarões, porque a responsabilidade é muito grande para uma empresa levar 40 pessoas desconhecidas para ficarem em casas alugadas. Disse que em Maceió nenhuma agência oferece esse serviço.
“O que tem são amigos, amigos de amigos ou conhecidos que se juntam e alugam casas no centro histórico, mas por conta própria, aqui nenhuma empresa faz isso”, observa.
Cristiano Alexandre é outro empresário alagoano que organiza grupos para Salvador. No caso dele vai levar 12 pessoas para um apartamento de três quartos, hospedagem no valor de R$ 650, com café, almoço e janta.
Site calcula gastos nos maiores centros do país
O site de viagens TripAdvisor criou um índice para calcular o valor de um dia de festas nas cidades mais badaladas do carnaval no país. Os cálculos levam em conta uma diária em hotel três estrelas, duas refeições, uma caipirinha, uma viagem de dez quilômetros de táxi e o ingresso para o desfile no sambódromo do Rio de Janeiro; o abadá para um bloco tradicional como Nana Banana, em Salvador. Os valores têm como base o preço médio de bares, restaurantes e hotéis cadastrados no site.
Recife ficou em primeiro lugar como o local mais barato, levando-se em conta que a folia é na rua: R$ 276,26. O Rio veio logo atrás, com gasto médio de R$ 1.108,36, à frente de Salvador, onde o custo por dia pode chegar a R$ 1.622,75.
O Rio tem os preços médios mais altos em todas as categorias analisadas, à exceção do táxi, que em Salvador a bandeira é mais alta. Veja abaixo os custos estimados:
 Com festa
1 – Salvador – R$ 1.622,75
2 – Rio de Janeiro R$ 1.108,36
3 – Recife (festa gratuita) R$ 279,26

Sem festa
 1 - Rio de janeiro R$ 488,36
2 – Salvador R$ 382,75
3 – Recife (festa gratuita) R$ 279,26

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