quarta-feira, 25 de junho de 2014

As festas juninas

Olívia de Cássia - jornalista

Festa junina de antigamente tinha pamonha, canjica, brasileiras, milho assado e muita animação. Era um tempo em que a gente costumava se reunir e aproveitar o que tinha de melhor.  Este ano o São João passou e quase nem lembro que era dia. Sem fogueiras, sem chuvinhas e sem animação e no trabalho.

No interior os festejos dessa época sempre eram comemorados com muita alegria. Lá em casa minha mãe se desdobrava entre os afazeres domésticos corriqueiros e a correria para providenciar o milho e garantir as pamonhas e as outras comidas típicas, que o meu pai gostava.

Era um clima animado, mas eu fugia das responsabilidades sempre que podia. Nunca me adaptei às tarefas domésticas, reconheço,  e o pouco que fazia não era de muito gosto. Para fazer as pamonhas minha mãe se valia da ajuda do meu irmão Petrônio José para ajudá-la a amarrar.

Eu sempre tive minhas falhas também nesse campo e preferia ler, fazer palavras cruzadas, ou estar na companhia dos amigos, enquanto minha mãe cuidava com todo o esmero da casa e da nossa alimentação.

Depois que o tempo passa, a gente vai perdendo a família e com ela as nossas referências. No dia de São João, a única coisa que lembrou que era festa junina foi a programação da televisão e o noticiário. Afora isso, cheguei do trabalho, tudo era silêncio na rua onde moro e fui dormir.

Liguei o rádio do celular na Rádio Educativa FM, como faço todos os dias e ouço gostosas músicas regionais que me reportaram às doces lembranças da minha infância e juventude em União dos Palmares, quando os compromissos eram poucos e o divertimento estava sempre presente.

Lembranças da Festa do Milho, Femil, na administração do primo Afrânio Vergetti, que fez tanto sucesso na região e atraia gente de todo o canto. Pelo menos os bons forrós me levaram à Praça Basiliano Sarmento e em pensamentos vou lá, revejo os queridos amigos se divertindo, batendo gostosos papos e saboreando guloseimas diversas.

E tenho ido mais longe nas minhas lembranças, nos forrós do Santa Maria Madalena, às nossas quadrilhas estilizadas, as fogueiras na Barriguda, Rua da Ponte, o forró da Palmarina, e volto à Praça Basiliano Sarmento.

Músicas de Luiz Gonzaga, Alceu Valença, Elba Ramalho e tantos outros bons forrozeiros que animavam a nossa festa. Lembrança dos amigos que já não estão nesse plano e que tanto apreciavam esses festejos.

Nossa cultura tem muita beleza, nossa região é riquíssima de valores, da agricultura à culinária e manifestações culturais. É muita fartura na agricultura nessa época do ano, no Sertão e em outras partes do Estado, apesar das dificuldades.

Muito milho, feijão de corda, carne de bode e outros produtos mais. Lendo sobre esse tema,  a gente fica pensando que poderia ser assim o ano todo, com muita fartura para o povo da roça. Se fosse assim o ano todo, não existiria o êxodo rural para as grandes cidades e talvez a miséria e a violência no País não fossem tão acentuadas. 

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