quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Emanuel Galvão lança novo livro de poesias na Bienal, dia 25, em Jaraguá


Da terra de Jorge de Lima e Povina Cavalcanti, o autor brinca com as palavras e, como Fernando Pessoa, diz que o poeta é um pouco mentiroso

Olívia de Cássia - Repórter - Primeiro Momento


O poeta palmarino Emanuel Galvão lança seu segundo livro de poesias, Elogio ao Desejo, no próximo dia 25, na Praça de Autógrafos da Bienal do Livro, no Centro de Convenções Ruth Cardoso, em Jaraguá. Poeta da terra de Jorge de Lima e Povina Cavalcanti, o trabalho é a prova de que as palavras podem expressar o desejo, o prazer e o amor: uma verdadeira obra para se apaixonar.

O poeta palmarino Emanuel Galvão lança seu segundo livro de poesias, Elogio ao Desejo, no próximo dia 25, na Praça de Autógrafos da Bienal do Livro, no Centro de Convenções Ruth Cardoso, em Jaraguá (Fotos: Adailson Calheiros)

Professor da Secretaria Municipal de Educação (Semed), artista visual, consultor em arte-educação, articulista e poeta, Emanuel Galvão brinca com as palavras, a sensualidade e o amor e vai preenchendo sua trajetória com poemas inundados de cotidiano e beleza.
Em Elogio ao Desejo, ele fala de sensualidade, mas principalmente de desejo. “Muito mais de desejo; mas o desejo de um modo geral. É claro que todo mundo leva para o lado sensual; do sexo; do apelo, mas na verdade a gente acorda com o desejo; seja ele de ser feliz, de que tudo dê certo, das coisas ficarem bem, de ser feliz”, filosofa.
Num papo bem descontraído na sala de recepção do jornal Tribuna Independente, o poeta diz que o desejo move a vida. “Deus desejou o mundo; o homem, e disse: faça-se!, tanto é que tem uma parte que fala assim; quando o desejo se apresenta, você trai ou você trai o desejo”.
Emanuel Galvão avalia que a sua poesia diz o que outras pessoas querem dizer. Conta a história de outras pessoas. “Tem gente que já achou que eu era um pegador; um pecador, mas na verdade o poeta é um grande mentiroso, como disse Fernando Pessoa (no poema Autopsicografia), então eu conto as histórias. Morro de inveja dos cronistas e queria muito ser um”, simplifica.

Emanuel Galvão avalia que a sua poesia diz o que outras pessoas querem dizer

A poesia desse poeta de boa lavra é um pouco da crônica e segue uma tendência do primeiro, Flor Atrevida, seu primeiro livro lançado em 2007. “Esse livro ia ter outro título, ia ser outro livro; aí eu me deparei com o texto A pretexto, de Juliano Becker, consegui autorização de última hora para colocar no livro”, explica.
O poeta conta que o texto fala justamente disso: “’Não se deixe levar pela minha lábia, pela minha palavra; não cometa isso. Vá para a cama, porque tudo o que eu quero é suas páginas em branco e deitar minha caneta, minha lavra. Se contente com os textos jornalísticos e acadêmicos. A poesia vai te corromper’. Fiquei fascinado e apesar de o livro estar pronto, fiz umas modificações e ficou bom”, avalia.
A linha do livro é essa. Ele diz que fez um poema em homenagem a Niemayer e as pessoas gostaram e disseram: “Está lindo, mas cadê aqueles poemas?, então o público, principalmente o feminino gosta, porque os poemas não são melosos; fala de um amor de uma forma mais realista e como disse Manuel Bandeira, ‘se queres ser feliz no amor, esquece tua alma’”, pontua.
Tendo influências de vários poetas da língua portuguesa, o poeta comenta que a alma é que estraga o amor. “Deixa que teu corpo se entenda com outro corpo que os corpos se entendem, mas as almas, não. Afonso Romano de Santana também dizia que nos poemas dele também falavam disso: há uma influência muito grande no que escrevo; claro que nem se compara”, observa.
Emanuel cita Vinícius de Morais e lembra que ele também era um poeta do amor, da pele, “de uma forma mais elaborada e fui vendo todas essas pessoas: a Bruna Lombardi; o Chico (Buarque de Holanda); Gonzaguinha. Tenho poemas nesse livro que de repente escrevo como mulher. Me coloco como ene pessoas. É difícil avaliar o que a gente faz, mas o livro está gostoso de ler”, recomenda.

ACADEMIA DE LETRAS

Emanuel Ferreira Galvão é membro da Academia Maceioense de Letras e faz parte do Movimento da Palavra, que reúne vários poetas contemporâneos do Estado, que se encontram uma vez por mês, leem e falam de suas poesias.
“Eu estava cotado para ser membro honorário da academia, mas quando Jucá Santos era presidente pediu que eu fizesse um breve registro; li um soneto de estilo parnasiano em um evento na praça e daí fui convidado para a academia. Foi uma surpresa muito agradável”, observa.
Nos poemas de Emanuel as palavras foram sendo lapidadas, polidas, ruminadas e recicladas; com o resultado positivo de seu trabalho nos diversos segmentos da sociedade alagoana, ele diz que está muito satisfeito.
Entre seus autores preferidos o poeta destaca: Vinicius de Moraes, Bruna Lombardi, Mário Quintana, Jorge de Lima, Afonso Romano de Santana, Clarice Lispector, Paulo Lemiski, Cora Coralina, Manoel de Barros, Sidney Wanderley e Francisco Valois.
Elogio ao Desejo está no prelo, ultimando o acabamento na gráfica e tem 104 páginas, com uma poesia em cada página e algumas citações de textos que o autor aprecia. O design do livro foi feito no Paraná.
Emanuel Galvão também é artista plástico, escultor e se considera um autor contemporâneo. “Eu sou um mentiroso; o poeta é um fingidor e quem lê o meu livro vai pensar que fui apaixonado por meio mundo de mulheres”, destaca.
O poeta brinca comm as palavras. “Vou brincando com as palavras e elas fazem uso de mim; a poesia tem o papel de traduzir as emoções: as minhas e as das pessoas”, finaliza.

SERVIÇO:

O QUÊ: Livro Elogio ao Desejo
QUEM: Emanuel Galvão
QUANDO: 25 novembro

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