sábado, 30 de setembro de 2017

Estou de volta ...

Por Olívia de Cássia

Quando a gente pensa que já viu tudo, a vida nos mostra que é imprevisível e que pode ser diferente do que imaginávamos ser e que é possível ser feliz de outras formas. A ordem é viver muito mais.
Estou numa fase boa, sem correntes que me aprisionem o espírito, apesar da saúde frágil, apesar de tudo. Não há nada melhor do que a liberdade de escolha, de ir e vir.

Aquela fase da maturidade e do entendimento do meu eu, coisa que eu não imaginava na minha adolescência já distante. Fui muito rebelde, complicada, apesar dos ideais que sempre nutri.

Era uma pessoa cheia de ‘traumas’, que hoje avalio, eu mesma quem produzia e que achava ser culpa dos outros. Eu não me encontrava. Até a profissão que escolhi para minha vida foi difícil o entendimento da família e da sociedade palmarina.

Não entendiam o motivo de uma moça do interior, no começo da década de 1980 do século passado, ao invés de seguir o exemplo de seus amigos de famílias bem aquinhoadas cursarem faculdades importantes e cursos elitizados, foi escolher Comunicação Social na habilitação em jornalismo para sua vida.

Mas foi a profissão que eu me identifiquei, pois achava que ia mudar o mundo com meus textos e leituras.

Era tudo muito sofrido para mim, a passagem para a fase adulta foi difícil e por isso me refugiei tanto em leituras, em escrever cartas longas paras os amigos, e no meu próprio mundo de querer viver independente de tudo. E cada livro que eu lia me identificava um pouco com, aqueles personagens da literatura clássica, ou não.

Sempre gostei de fazer amizades e depois de tantos atropelos na vida e de levar muitos tropeções, entendi que a minha felicidade dependia de mim, do rumo que eu pudesse dar à minha vida.

Tenho amigos verdadeiros, com quem pude me valer diante de várias dificuldades e perrengues que passei. Amigos de verdade, sei que tenho.
Acredito na amizade verdadeira, mesmo sabendo que em alguns instantes há pessoas que são apenas colegas de trabalho, da vizinhança e conhecidos e que só nos procuravam diante de uma necessidade, material ou sentimental.

Outros eu entendo que a vida os levou a outras situações diversas e que o afastamento não foi planejado. Sinto saudade das conversas paralelas, papos-cabeça, no meu quanto da Tavares Bastos, que transformei à minha maneira.

Nas praças de União dos Palmares, nas escadaria do Rocha Cavalcante, em casa de amigas, onde eu desabafava ‘minha saga’ de adolescente tola e apaixonada, ou dávamos gargalhadas gostosas, abraços apertados, risos sem graça, choros desesperados que eu tinha.

Ah, meus amigos, quanta saudade eu tenho daquele tempo! Tempo dos sonhos mais bonitos, tempo de formar a nossa personalidade de agora. E graças a Deus que tive tudo isso, que pode me inspirar a lutar pela minha vida e aproveitar ainda mais o que me resta para viver. Estou de volta. Bom dia e um ótimo fim de semana para todos.

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